Mais sobre a Cimeira Mundial<br>para a Sociedade da Informação
«Pronto.» Não. Agora já não está aí tanto o hábito dizer «pronto», não é? Agora será mais a altura de dizer «vá». Então «vá», vamos lá outra vez ao tema da «Cimeira Mundial para a Sociedade da Informação» (WSIS ).
Mais, do descarregar de mau feitio? Vejamos.
Há pouco ainda, referi-me ao facto. Que esta iniciativa da Cimeira teve quase nenhum eco na Comunicação Social. E tal, ao contrário do ressoar que recordo de outras iniciativas de semelhante cariz. Isto é, de outras Cimeiras, sobre outras matérias, lançadas para promoverem declarações em nome dos povos da Terra - a mim, esta paternidade a soar o seu quê de pomposo, talvez por me dar a sensação de a afirmação de representação dos povos da Terra ser um pouco, como direi, afastada da realidade… bom, mas é o que se pode arranjar (?) -, declarações, dizia, sobre questões de grande importância e a requererem acordos «globais» urgentes e eficazes como, portanto, deveria ser o caso da «Cimeira Mundial para a Sociedade da Informação».
E, nessa minha primeira incursão escrita sobre este tema do quase nenhum eco na Comunicação Social, o que vale por nenhum eco, colocava a questão de ser meu o problema - por exemplo, o recente Terramoto do Irão do passado 26 de Dezembro só me chegou ao ouvido no dia seguinte, tendo eu ido depois aos sites apropriados informar-me (e neste caso não terá sido tanto por falta de informação nos meios de Comunicação Social, mas mais por meu alheamento natalício!) - ou / e da responsabilidade da Comunicação Social do meu país.
Então, para comprovar esta minha percepção de alheamento da Comunicação Social relativamente à «Cimeira Mundial para a Sociedade da Informação», uns quatro dias mais tarde, tendo eu ido até Bruxelas por razões de serviço, resolvi-me a inquirir sobre esta questão o responsável de imprensa da organização europeia aonde me desloquei. Este tem por missão passar em revista os media exactamente sobre as notícias da área das comunicações e da sociedade da informação. E confirmou a minha percepção sobre a atenção dada a esta matéria. Quase nada, e as notícias restantes sempre em posição de pouco destaque. E continuei a escarafunchar. Um colega de um país do centro da Europa em vias de entrar para a UE: «Lá também pouco apareceu; os jornais? Quase só sobre o processo de integração do meu país na EU.» Só quando coloquei a questão a um suíço - a Cimeira realizou-se em Genebra -, sim, neste caso os media tinham dado relevo à sua realização. Pudera, uma realização com o apoio do próprio governo, realizada na própria Suíça.
Portanto, já não era apenas uma impressão subjectiva da minha parte. Confirmava-se o que eu pensara. Mais, outra pessoa do mesmo círculo - já não me lembro de onde era -, chegando-se à conversa, percebendo que era sobre a Cimeira, afirmou: Disseram-me que a Cimeira tinha sido um falhanço, um flop. Um flop, porquê? - perguntei. Não me soube explicar. Ditos destes, hoje, vão esvoaçando, vão ficando pela superfície e passa-se adiante com uma grande frescata.
Enquanto a reunião começava e não começava, aproveitando aqueles minutos, fui inquirindo o responsável de imprensa atrás referido sobre as razões desta abstenção informativa sobre a Cimeira. E a primeira reacção deste profissional, quase automática, foi a de que não houve drama, portanto a Comunicação Social pouco ou nada lhe pegou. E eu a matutar: então ter sido um flop não era já um drama? Ou não terá sido um drama porque já se sabia que ia ser um flop, o que quer que signifique este termo.
Na realidade, flop ou não flop, ele pareceu concordar com as tentativas de explicação por mim avançadas. A primeira, e mais importante, é o facto de a Cimeira ter sido desdobrada em duas fases, uma a acontecer em Genebra, em 2003, e a outra em Tunis, em 2005. Terão sido as razões diplomáticas, poderá parecer bizarro, mas o certo é esta fase da Cimeira - sendo apenas uma primeira fase - ter sido efectuada a pensar na segunda fase. Outra razão terá sido a obtenção de números para a exclusão digital global muito menos dramáticos do que se esperava e de se ter talvez concluído sobre a necessidade de conhecer melhor a situação. Uma outra explicação, ainda, terá a ver com a imaturidade do debate e dos acordos sobre a questão do «governo mundial» da Internet, e de quem é quem nesta matéria - seria esta questão um jogo de poder ainda por resolver?
Portanto, uma iniciativa que acabou por estar a acontecer antes do seu tempo próprio… pelo menos para produzir uma Declaração em nome de «Nós, os Povos da Terra»!
Mais, do descarregar de mau feitio? Vejamos.
Há pouco ainda, referi-me ao facto. Que esta iniciativa da Cimeira teve quase nenhum eco na Comunicação Social. E tal, ao contrário do ressoar que recordo de outras iniciativas de semelhante cariz. Isto é, de outras Cimeiras, sobre outras matérias, lançadas para promoverem declarações em nome dos povos da Terra - a mim, esta paternidade a soar o seu quê de pomposo, talvez por me dar a sensação de a afirmação de representação dos povos da Terra ser um pouco, como direi, afastada da realidade… bom, mas é o que se pode arranjar (?) -, declarações, dizia, sobre questões de grande importância e a requererem acordos «globais» urgentes e eficazes como, portanto, deveria ser o caso da «Cimeira Mundial para a Sociedade da Informação».
E, nessa minha primeira incursão escrita sobre este tema do quase nenhum eco na Comunicação Social, o que vale por nenhum eco, colocava a questão de ser meu o problema - por exemplo, o recente Terramoto do Irão do passado 26 de Dezembro só me chegou ao ouvido no dia seguinte, tendo eu ido depois aos sites apropriados informar-me (e neste caso não terá sido tanto por falta de informação nos meios de Comunicação Social, mas mais por meu alheamento natalício!) - ou / e da responsabilidade da Comunicação Social do meu país.
Então, para comprovar esta minha percepção de alheamento da Comunicação Social relativamente à «Cimeira Mundial para a Sociedade da Informação», uns quatro dias mais tarde, tendo eu ido até Bruxelas por razões de serviço, resolvi-me a inquirir sobre esta questão o responsável de imprensa da organização europeia aonde me desloquei. Este tem por missão passar em revista os media exactamente sobre as notícias da área das comunicações e da sociedade da informação. E confirmou a minha percepção sobre a atenção dada a esta matéria. Quase nada, e as notícias restantes sempre em posição de pouco destaque. E continuei a escarafunchar. Um colega de um país do centro da Europa em vias de entrar para a UE: «Lá também pouco apareceu; os jornais? Quase só sobre o processo de integração do meu país na EU.» Só quando coloquei a questão a um suíço - a Cimeira realizou-se em Genebra -, sim, neste caso os media tinham dado relevo à sua realização. Pudera, uma realização com o apoio do próprio governo, realizada na própria Suíça.
Portanto, já não era apenas uma impressão subjectiva da minha parte. Confirmava-se o que eu pensara. Mais, outra pessoa do mesmo círculo - já não me lembro de onde era -, chegando-se à conversa, percebendo que era sobre a Cimeira, afirmou: Disseram-me que a Cimeira tinha sido um falhanço, um flop. Um flop, porquê? - perguntei. Não me soube explicar. Ditos destes, hoje, vão esvoaçando, vão ficando pela superfície e passa-se adiante com uma grande frescata.
Enquanto a reunião começava e não começava, aproveitando aqueles minutos, fui inquirindo o responsável de imprensa atrás referido sobre as razões desta abstenção informativa sobre a Cimeira. E a primeira reacção deste profissional, quase automática, foi a de que não houve drama, portanto a Comunicação Social pouco ou nada lhe pegou. E eu a matutar: então ter sido um flop não era já um drama? Ou não terá sido um drama porque já se sabia que ia ser um flop, o que quer que signifique este termo.
Na realidade, flop ou não flop, ele pareceu concordar com as tentativas de explicação por mim avançadas. A primeira, e mais importante, é o facto de a Cimeira ter sido desdobrada em duas fases, uma a acontecer em Genebra, em 2003, e a outra em Tunis, em 2005. Terão sido as razões diplomáticas, poderá parecer bizarro, mas o certo é esta fase da Cimeira - sendo apenas uma primeira fase - ter sido efectuada a pensar na segunda fase. Outra razão terá sido a obtenção de números para a exclusão digital global muito menos dramáticos do que se esperava e de se ter talvez concluído sobre a necessidade de conhecer melhor a situação. Uma outra explicação, ainda, terá a ver com a imaturidade do debate e dos acordos sobre a questão do «governo mundial» da Internet, e de quem é quem nesta matéria - seria esta questão um jogo de poder ainda por resolver?
Portanto, uma iniciativa que acabou por estar a acontecer antes do seu tempo próprio… pelo menos para produzir uma Declaração em nome de «Nós, os Povos da Terra»!